Muito se tem falado de quem está preso em casa em "sofrimento e agonia"...
De quem está em casa com filhos ou maridos, já fartos de estarem enclausurados e começam agora a embirrar uns com os outros...
No entanto, pouco se fala dos funcionários públicos que, mesmo tendo o balcão fechado, continuam lá dentro a trabalhar e a tentar dar o seu melhor...
Pois é! O "preguiçoso" do funcionário público continua lá dentro a trabalhar...
A embirrarmos uns com os outros, não por estarmos aborrecidos, mas porque o colega teima em aproximar-se demasiado, ou o colega espirrou para a mão e foi tocar na maçaneta da porta, ou o colega precisou de nos entregar uns papéis e pegamos neles com a pontinha dos dedos, ou o colega continua a atender, com os seus gafanhotos, o nosso telefone quando saímos por minutos, em vez de puxar a chamada do telefone dele, ou porque o colega resolveu usar a nossa caneta, etc, etc, etc...
Poderia dar tantos exemplos do que estamos sujeitos estando todos a trabalhar no mesmo espaço...
Um espaço que não é em casa, como já tantos se queixam, mas sim em pleno perigo de contágio.
Tomara o preguiçoso do funcionário público ficar em casa...
Proteger-se a ele e aos seus...
Quem garante que não traz dali o vírus e o espalha também ele em casa?
Mas o nada preguiçoso funcionário público, o que tem a fama mas não o proveito, é o que continua a assegurar serviços que não podem parar ou ser feitos em casa...
É certo que não podemos parar o país, mas na era tecnológica em que vivemos, porque é que os informáticos que inventaram os nossos programas estão a trabalhar em casa e dizem-nos a nós que é complicado podermos fazer o mesmo ?
Ainda hoje ouvi na rádio o locutor a informar que as escolas estão fechadas.
É por locutores mal informados, por exemplo, que vai crescendo a fama do preguiçoso funcionário público...
Podemos ter o balcão fechado, mas estamos lá dentro a trabalhar, a atender os utentes por mail ou telefone...
Podemos não ter o melhor ambiente, mas continuamos a dar o nosso melhor...
Para todos os meus colegas Assistentes-Técnicos e mesmo os Operacionais, vai o meu abraço.
Ai, abraço não... Afinal, não nos podemos abraçar 😀...
Vai o meu apoio e a esperança que tudo acabe mesmo bem...
E já agora: que valorizem mais o trabalho do "preguiçoso" funcionário público...
Cristina Rascão
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