domingo, 10 de janeiro de 2016

As 35 horas (PARTE 3) - O que um Funcionário Público deve saber e não ter medo de dizer!


Caros Colegas, reparo que continuamos a ser "pisados", principalmente nas redes sociais, por alguns trabalhadores do privado que não estão devidamente esclarecidos, desta forma, aconselho o seguinte, sempre que forem abordados com o tema, por ex; da alteração das 40h para as 35h .. podem elencar alguns factos...

1. Os funcionários da administração pública, aceitaram um contrato de trabalho de 35 horas, viram unilateralmente sem acordo as suas condições de trabalho serem alteradas. Nem o contrato se alterou, sublinho! Importa questionar se esses trabalhadores que nos acusam de roubar o estado, se aceitavam que o seu patrão, lhes comunicasse que a partir de agora, não trabalhas 40h, mas vais passar para as 45h - o que é que eles fariam ?

2. Leio online em diversos espaços, que nos acusam de não fazermos nenhum - a esta crítica, só me resta, comentar o seguinte - instiguem a denunciar esses casos, através dos meios que dispomos ao cidadão, nomeadamente, livro de reclamações, por email para os nossos serviços, para a tutela... nós também não compactuamos com esses colegas! 

3. No seguimento do ponto anterior, importa tocar no assunto da qualidade de atendimento - muitas vezes abordada - devem referir quando é que tiveram formação ? Quantas horas ? Que tipo de acompanhamento tem dentro do serviço... O desinvestimento na formação, a ausência de manuais de procedimentos etcetc ultrapassa-nos, a nós trabalhadores.

4. A questão de ganharmos muitoooooo. Têm algum receio de apresentar o vosso recibo de vencimento ? Principalmente as tabelas da carreira de assistente técnico ? De explicar como se procede às famosas progressões - 10 em 10 anos subimos uma posição ? De clarificar que temos colegas desde que entraram nunca subiram um cêntimo ? E estes têm a cargo tarefas de grau de complexidade elevada ? Fazemos muitas vezes trabalho de coordenador técnico/chefe de serviços ?

5. A famosa questão da ADSE - primeiramente - sou a favor de que toda a população podia ter acesso ao "nosso sistema de saúde" - questionem as pessoas se aceitavam descontar 3,5% do seu vencimento para o mesmo ???
   Convém realçar que a ADSE teve saldo de 200 MILHÕES... nós passamos de 1% de desconto para 3,5% , é normal ?
   Quando abordo este tema, pergunto-me sempre, se passássemos todos os trabalhadores da Administração Pública a frequentar os hospitais públicos o que é que acontecia ? 
   
6. Outro aspecto - nem todos sabem, mas uma grande parte da administração pública,  está enquadrado na segurança social ( os novos funcionários desde +- 2001) - descontamos o mesmo que qualquer trabalhador no privado, quando ficamos doentes. É verdade que isso, não era o que acontecia num determinado leque de trabalhadores. Os trabalhadores vinculados à CGA (vs SegSocial) sempre que ficam doentes recebem 90% do salário, excepto nos 3ºs dias, ao contrário dos restantes trabalhadores, como todos sabemos recebem 55% do seu vencimento. Esta situação, apenas para demonstrar que continuam a existir desigualdades de condições de laborais, dentro da administração pública.

7. Muitas pessoas, acusam-nos de não termos "PATRÃO" - não somos despedidos etc e tal - convém informar estas pessoas, que somos regidos por códigos deontológicos, procedimentos disciplinares, regimentos internos entre outros documentos legais, que não cumpridos podem originar despedimento! São imensos os casos, publicados em diário da república! Não temos "patrão-proprietário" , mas temos, conforme o serviço, em regra, 5 elementos da direção, todos nossos superiores e uma chefia direta, no mínimo. 

Por fim, que isto já vai longo - não somos nós que fugimos aos impostos! São esses patrões no privado! E muitos que nos acusam, nem se importam, porque acabam a receber debaixo da mesa! E têm direito a prestações sociais, nomeadamente, abono de família, entre outros. Acabávamos facilmente com isso, tornar obrigatorio a transferência de vencimento no privado através de transferência bancária - e levantamos todos o sigilo bancário... Não devemos ter nada a temer.


"É tão natural destruir o que não se pode possuir, negar o que não se compreende, insultar o que se inveja."

Balzac , Honoré de


   

8 comentários:

  1. por ser exatamente assim, é tão exato, ah! e chato, claro está!

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  2. Este comentário foi removido pelo autor.

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  3. Concordo plenamente mas permita-me corrigir que "coordenador técnico", pelo anexo à Lei 35/2014,é uma categoria da carreira de AT, de complexidade "MÈDIA" ou seja 2. "Elevada" ou seja 3 é a de Técnico Superior. Cumprimentos.

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    1. Jon, pode a mensagem no ponto 4 não ter ficado clara, mas ser ler novamente com mais calma, verifica que se está a referir aos AT's que executam muitas vezes essas tarefas.
      Boas Visitas.

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  4. Concordo plenamente mas permita-me corrigir que "coordenador técnico", pelo anexo à Lei 35/2014,é uma categoria da carreira de AT, de complexidade "MÈDIA" ou seja 2. "Elevada" ou seja 3 é a de Técnico Superior. Cumprimentos.

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  5. E desde quando é que "coordenador técnico" é complexidade elevada? Que eu saiba, pelo anexo à Lei 35/2014,é uma catergoria da carreira de AT, de complexidade "MÈDIA". Elevada é a de Técnico Superior..

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  6. Só me cabe dizer que em vez de Portugal estar a discutir assuntos desta natureza que nada traz de benefícios ao pais ainda mais numa época de falta de produtividade e com tantos desempregados é ridículo está medida que somente defende o interesse de alguns portugueses,e de nenhum interesse têm para o país "ou vão abrir vagas na função pública!" ocupar o tempo aos políticos eleitos por todos sim mas para resolver assuntos delicados e urgentes, tenham vergonha não briquem com o pais debruçam se sim sobre causas importantes como o desemprego e medidas que alavanquem a economia. A semana têm 168 horas e o público vs sindicato exige 35 horas de trabalho. Isto é uma cambada de egoístas corruptos que só vêem o seu umbigo. Não me revejo nestas mentalidades doentes

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    1. Caríssimo Paulo Coelho,

      Recomendo vivamente novamente a leitura do texto. Principalmente do ponto um.

      Demonstra claramente que não está a par do dia a dia da administração pública.

      Contudo, respeitamos o seu comentário.

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Agradeço o seu contributo com interesse público e de forma séria.

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