domingo, 15 de abril de 2018

Relatado por uma encarregada de educação de alunos do Agrupamento de escolas do Bairro Padre Cruz, leitora do blog


"Os alunos uniram-se numa manifestação diante da porta da Direção, deserta. Já a manhã ia avançada quando chegou o Diretor.
 
O motivo da revolta concertada dos alunos? 
Estarem literalmente forçados a conviver num espaço (já diminuto para tantos alunos em dias de chuva), com dejetos humanos e um cheiro nauseabundo: uma das tampas da fossa existente precisamente no interior da sala de alunos entupira e extravasava. Um cenário deplorável. 

Contudo, quando o Diretor foi confrontado com a situação e os protestos dos alunos, não só desvaloriza como os ridiculariza. E fá-lo porque não está forçado a conviver confinado naquele espaço; fá-lo porque a referida tampa não estava localizada na sala de professores; fá-lo em desrespeito pelos alunos (que constituem a verdadeira essência do interesse público do cargo). 
Foi um dia de chuva pelo que, os espaços e pátios exteriores não podiam ser opção.  
Não foram tomadas quaisquer medidas que acautelassem o superior interesse dos alunos enquanto não chegasse a empresa de desentupimento (que só se verificou durante a tarde). 
Mas podiam e deviam: não foi fechada a sala dos alunos; não foi permitida a livre circulação dos alunos noutros espaços interiores existentes, nomeadamente o acesso aos pisos das salas via escadaria principal.  Não obstante o perigo eminente e real para a saúde pública, os acessos mantiveram-se inalterados tendo os alunos que utilizar obrigatoriamente as escadas junto à sala de alunos em detrimento da escadaria principal cuja utilização é restrita aos adultos uma vez mais, optou-se pelo bem-estar e comodismo dos adultos em detrimento do dos alunos - não estará invertido?
Esta inversão é recorrente. Durante o ano letivo, ir ao WC é tarefa árdua. Isto porque as WC dos alunos estão fechadas à chave. Excepção feita a 1 unica WC feminina e outra masculina sita do R/C. Ora, as salas de aula situam-se nos 1.º e 2.º pisos. Os alunos terão de encontrar uma funcionária que abra a WC e lhes dê consumíveis (papel hgiénico, sabonete, toalhetes mãos). Encontrar uma funcionária com a atual carência de pessoal não docente implica percorrer longos e escuros corredores até encontrar "vivalma"... não há cólica que aguente e lá surgem "inexplicavelmente as obstipações e os envergonhados acidentes". Por outro lado, a Direcção e os adultos têm, respetivamente, os WC abertos, exclusivos, e apetrechados e...limpos!
Entretanto, e retomando o lamentável episódio de ontem há queixas de sintomas típicos de gastroenterite por alunos.
Atentamente, 

(Uma Enc. de Educação consternada)"


Comentário do Administrativo:

Apoio este tipo de iniciativas pelos alunos e passo a explicar sucintamente... nós administrativos, muitas vezes estamos presos pela prepotência, pela ameaça constante, tanto pelas chefias e pelos diretores e nem todos os colegas têm segurança, porque desconhecem os seus direitos de participação na vida ativa escolar!

Neste momento, só com iniciativas semelhantes, com impacto na comunicação social é que teremos alguma mais valia! Bem sei, que alguns diretores até se esforçam! Outros, agem limitando a sua responsabilidade, isto é, alegam, que comunicaram aos superiores e neste momento, aguardam verbas...ou pessoal e ficam por aí!

Caríssimos Pais e Alunos! 
Mais acções concertadas e os vossos objetivos são atendidos! Não tenhais medo! Se não faltarem à educação nem partirem para a violência, em tribunal, nenhum juiz aplicará qualquer pena! Além disso têm sempre apoio jurídico de instituições já habituadas com este tipo de processos.

Esta publicação foi enviada para o Diretor e para a Associação de Pais do Agrupamento de Escolas do Bairro Padre Cruz, Lisboa.



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Agradeço o seu contributo com interesse público e de forma séria.

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